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SOCIOINTERACIONISMO DE VYGOTSKY

 SOCIOINTERACIONISMO DE VYGOTSKY

CONTRIBUIÇÃO: FANIANA NASCIMENTO

O sociointeracionismo é uma teoria que leva em consideração o conhecimento real que o aluno tem, e partir desse conhecimento começa-se a construir um caminho através das experiências entre o indivíduo e o meio para que ele mesmo produza o seu conhecimento com potencial para se inserir na sociedade de forma proativa.
Essa teoria defende os fatores ambientais, pois estes exercem grande influência no processo de desenvolvimento dos seres, inclusive na educação formal. O conhecimento se torna o resultado da combinação dos fatores que fazem parte do quotidiano de cada estudante, inclusive por que essa aprendizagem não se dá de maneira passiva, pois é um processo que se constrói pelo próprio estudante, o que faz dele o personagem principal.

Principal teórico do sociointeracioniSmo:

Lev Seminovitch Vygotsky




Vygotsky, como um dos defensores dessa teoria acreditava que o contexto sócio-histórico-cultural influenciava no desenvolvimento dos seres, ou seja, para ele era a partir das relações no meio em que vivem e da interação entre eles mesmo que se constrói e desenvolve seus conhecimentos.









Vygotsky E a ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal)

CONTRIBUIÇÃO: MICHAEL DOUGLAS


    
Além de apontar a interação como passo fundamental para a construção da aprendizagem, Vygotsky desenvolveu o que é conhecido como Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP). No tópico O papel do Adulto da publicação no site da Nova Escola, por título; Lev Vygotsky, o teórico do ensino como processo social diz: 

"É a isso que se refere um de seus principais conceitos,
o de zona de desenvolvimento proximal, que seria a distância entre o desenvolvimento real de uma criança e
aquilo que ela tem o potencial de aprender - potencial que é demonstrado pela capacidade de desenvolver
uma competência com a ajuda de um adulto. Em outras palavras, a zona de desenvolvimento proximal é o
caminho entre o que a criança consegue fazer sozinha e o que ela está perto de conseguir fazer sozinha. Saber
identificar essas duas capacidades e trabalhar o percurso de cada aluno entre ambas são as duas principais
habilidades que um professor precisa ter, segundo Vygotsky." (FERRARI, 2008)




É para além de uma educação conteudista, mas uma forma de abrir clareiras para que o aluno ou criança se desenvolva a partir da interação prática com o mundo do que é representado com o representante, significado com o objeto, seu significante. Não é só ensinar os números decimais como dito em um dos vídeos por um dos palestrantes, é preciso haver o interesse, ainda que tímido, da criança em busca do saber e do conhecer o que para ela é desconhecido, ressaltando a importância do professor nesse processo de mediação.

COMPLEMENTANDO...


FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES

A formação se dá, para Vygostky, em uma relação dialética, isto é, "à arte de, através do diálogo, demonstrar um assunto, de modo argumentativo, buscando definir e distinguir claramente os temas e conceitos debatidos nessa discussão." (DÍCIO.COM.BR, 2020) Sendo que ocorre entre o sujeito e a sociedade em seu entorno num jogo de modificação em que tanto o homem é afetado pelo meio quanto ele também o afeta. Nesse sentido, Vygostky desenvolveu pontos a partir de suas obserações chamadas funções psicológicas, sendo elas:

Funções psicológicas elementares: designa ação por reflexo.

funções psicológicas superiores: desenvolvimento da consciência e discernimento.

A respeito das funções psicológicas complexas ele faz uma comparação de que a potencialidade pelas condições biológicas, por exemplo: de falar, não é em si ainda a fala, existe uma zona entre o potencial natural biológico do nosso aparelho comunicador à comunicação de fato.


CONCEITOS ESPONTÂNEOS E CIENTÍFICOS

Sinteticamente, segundo Silva Júnior (2013, p. 119) “Os conceitos espontâneos (ou cotidianos) são
aqueles não relacionados ao ensino formal, adquiridos cotidianamente através da experiência
concreta das crianças”. Já os conceitos científicos, especifica que: “Por seu turno,
representam os conhecimentos sistematizados, adquiridos nas interações escolarizadas [...]
estão relacionados ao ensino formal [...]” (SILVA JÚNIOR, 2013, p. 119)

Então, é possível depreender que a partir das funções psicológicas elementares, durante a interação do ser humano com o ambiente, ele pode passar pelo período de conceitos espontâneos, passando pelas zonas de desenvolvimento proximal até chegar às funções psicológicas superiores sendo aprimorados pelos conceitos científicos.


PENSAMENTO E LINGUAGEM

“As formas mais elevadas da comunicação humana somente são possíveis porque o pensamento do homem reflete uma realidade conceitualizada” (VYGOTSKY, 1991, p. 5)


Vygotsky compreende a linguagem como uma criação do sujeito, portanto a linguagem constitui um importante instrumento para a construção da subjetividade; ademais, pensamento e linguagem são a chave mestra de toda compreensão humana.

As primeiras manifestações de uma criança como: choro, riso, estabelecem uma forma de comunicação ainda sem pensamento, mas compreensível ao adulto que na relação mãe e filho, pai e filho, é possível a entender os sintomas do bebê, isso é o que Vygotsky chama de fase pré-intelectual da linguagem.

Quando já há uma aquisição da linguagem, no sentido de nomear e comunicar, Vygotsky denomina como: linguagem social, segunda: linguagem egocêntrica - quando constitui uma linguagem pessoal e terceira - linguagem interior que é extremamente ligada ao pensamento do sujeito.

"[...] a fase da fala egocêntrica – é marcado pela curiosidade da criança pelas palavras, por perguntas acerca de todas as coisas novas (“o que é isso?”) e pelo enriquecimento do vocabulário." (RABELO & PASSOS, XXI p. 9)

"O discurso interior é uma fase posterior à fala egocêntrica. É quando as palavras passam a ser pensadas, sem que necessariamente sejam faladas. É um pensamento em palavras. Já o pensamento é um plano mais profundo do discurso interior, que tem por função criar conexões e resolver problemas, o que não é, necessariamente, feito em palavras. É algo feito de idéias, que muitas vezes nem conseguimos verbalizar, ou demoramos ainda um tempo para achar as palavras certas para exprimir um pensamento." (RABELO & PASSOS, XXI p. 9)


REFERÊNCIAS

FERRARI, Márcio. Lev Vygotsky, o teórico do ensino como processo social. Nova Escola. 2008. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/382/lev-vygotsky-o-teorico-do-ensino-como-processo-social> . Acesso em: 23.12.2020

CASTRO, Nandjara Novo. Vigotski: os conceitos espontâneos e científicos. RELACult – Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade V. 05, ed. especial, abr., 2019, artigo nº 1137 | claec.org/relacult | e-ISSN: 2525-7870.

RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano. Disponível
em: <http://www.josesilveira.com>. Acesso em: 30 dez. 2020.

Rodrigo Ratier, Camila Monroe. Vygotsky e o conceito de pensamento verbal. Nova Escola. 01 de Agosto | 2011. Disponível em <https://novaescola.org.br/conteudo/244/vygotsky-conceito-pensamento-verbal> Acesso em: 30 dez 2020.

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